Uma notícia boa para as futuras mamães: um medicamento já usado no tratamento de doenças como a malária pode ser eficaz para proteger o cérebro de fetos contra a infecção pelo vírus da zika. Mas os pesquisadores alertam que antes de liberar o uso é preciso fazer testes em humanos.
A descoberta é uma das mais importantes na luta contra o vírus da Zika e pode ser mais uma arma poderosa no combate à microcefalia e aos danos cerebrais causados pela doença, principalmente em fetos.
A equipe do Instituto de Biologia e do Instituto de Ciências Biomédicas da UFRJ e do Instituto D`or, comprovou que o medicamento cloroquina pode evitar que o vírus da zika danifique as células nervosas em formação.
Elas representam a formação do sistema nervoso nas primeiras semanas de gestação, quando o vírus da zika é mais destruidor. E foram produzidas em laboratório a partir de células tronco.
Ilustrações mostram o que acontece quando o vírus ataca. A primeira imagem é de um grupo de células saudáveis ganhando a forma de um neurônio. Na segunda, o mesmo grupo infectado pelo vírus da zika diminuiu de tamanho e perde a forma.
Em imagens coloridas, está o que os pesquisadores descobriram. Os pontos verdes são os vírus em pleno ataque. O tratamento com a cloroquina reduziu o número de células infectadas em 95% e impediu a alteração do formato.
O medicamento já é usado contra a malária e doenças autoimunes, como o lúpus, e não tem contraindicação para grávidas.
“Existe esse potencial de se usar a cloroquina em mulheres grávidas e a impedir que as células do sistema nervoso central do feto sejam infectadas”, explica a professora do Instituto de Ciências Biomédicas Loraine Campanati.
O grande alerta dos pesquisadores que essa ainda é uma descoberta de laboratório. A cloroquina ainda não pode ser usada, principalmente por mulheres grávidas para evitar a zika. Ainda são necessárias algumas etapas do estudo para garantir o resultado contra a doença e os efeitos dela em humanos.
Um dos desafios dos pesquisadores é descobrir a dosagem exata da cloroquina no combate à zika, pra que ela não se torne um rico à saúde.
“O medicamento traz uma vantagem: ele já é conhecido e a gente sabe que ele é seguro em mulheres grávidas, mas para certas indicações terapêuticas. Pra essa nova indicação terapêutica a gente ainda precisa ter um estudo clinico pra provar que é na mesma concentração que a segurança se mantém a mesma”, diz o diretor do Instituto de Biologia, Rodrigo Brindeiro.
Fonte: G1 – Jornal Nacional