Novas pesquisas apontam para um crescimento alarmante no número de pessoas que tiram a própria vida no Brasil através do uso de medicamentos. Dados oficiais revelam um aumento de mais de 250% entre os anos de 2003 e 2022, com um total de casos saltando de 253 para 922 no período. Esse cenário se insere em um contexto mais amplo de aumento dos índices gerais de suicídio no país.
Um estudo aprofundado, realizado em parceria com a Fiocruz e a UFPel, traçou um perfil das vítimas desse tipo de morte. A pesquisa identificou que a maioria das pessoas que se suicidam usando medicamentos são mulheres, solteiras, brancas e residem na região Sudeste do país. Além disso, um dado preocupante é que a maior parte desses casos ocorre em estabelecimentos de saúde, indicando que o método utilizado não visa um óbito imediato.
Esse cenário diverge da tendência global, onde os homens apresentam taxas mais elevadas de suicídio. No entanto, estudos recentes apontam para um crescimento acelerado dos índices entre as mulheres nas Américas. A variedade de medicamentos utilizados é ampla, abrangendo desde substâncias que atuam no sistema nervoso central até medicamentos de uso mais comum.
As causas que levam ao suicídio por medicamentos são complexas e multifatoriais, envolvendo fatores como problemas de saúde mental, crises emocionais, perdas significativas, isolamento social, violência e dificuldades financeiras. A análise dos dados indica que esses aumentos coincidem com períodos de crises regionais e globais, evidenciando a importância de se considerar o contexto social e econômico ao abordar essa questão.
A gravidade desse problema exige a implementação urgente de políticas públicas eficazes para a prevenção do suicídio. É fundamental investir em ações de promoção da saúde mental, desmistificar o tema e ampliar o acesso a serviços de apoio psicológico. Além disso, é preciso fortalecer as redes de apoio social e promover a conscientização sobre os sinais de alerta e como buscar ajuda.
O papel do farmacêutico
O farmacêutico desempenha um papel vital na automedicação e na prevenção ao suicídio, atuando como um profissional de saúde acessível e confiável. Ao orientar os pacientes sobre o uso correto de medicamentos, ele ajuda a minimizar os riscos associados à automedicação, que pode ser perigosa e levar a consequências graves.
Além disso, o farmacêutico pode identificar sinais de sofrimento emocional e oferecer suporte, encaminhando pacientes para profissionais de saúde mental quando necessário. Sua atuação na educação em saúde e na promoção de uma abordagem segura em relação aos medicamentos é fundamental para prevenir crises e contribuir para o bem-estar da comunidade, atuando não apenas como dispensador de fármacos, mas como um importante aliado na saúde mental.
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Fonte: Comunicação CFF