A LXV Reunião Geral dos conselhos Federal e Regionais de Farmácia, realizada nos dias 27 e 28 de março, em Brasília, ofereceu a oportunidade para que mais de 200 pessoas, entre dirigentes, conselheiros federais e assessores expusessem temas de grande relevância para a profissão. O presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva Jorge João, destacou a importância deste encontro anual para que o sistema CFF/CRFs mantenha a unidade e a competência no funcionamento. “Esta é a oportunidade para trabalharmos juntos as questões que nos levam aos pontos de convergência sobre as ações dessa instituição que, com muita dedicação, zela para valorizar o profissional e engrandece a participação do farmacêutico nos serviços de saúde”.
Entre os diversos pontos de pauta, esteve o debate sobre estratégias acerca do Ensino à Distância (EaD) e o exame de proficiência. O CFF, por meio da Comensino e da Comissão Assessora de Educação Farmacêutica (Caef) irá desenvolver um protocolo com orientações, a ser encaminhado aos CRFs, para facilitar a verificação dos diplomas. “A partir da semana que vem, nossas comissões já começarão a trabalhar nesse documento. Ele deve conter um passo a passo do que deve ser apreciado em um diploma para saber se eles são legítimos. A intenção é dificultar que sejam autenticados quaisquer diplomas falsos da nossa profissão”, informou Walter Jorge João.
O tópico foi elucidado pela assessora da presidência e membro da Comensino, professora Zilamar Fernandes. De acordo com ela, a disseminação de instituições que oferecem cursos em formato EaD gera uma preocupação maior com o reconhecimento desses diplomas. “Há casos de cursos que emitem diplomas que não são regulares, às vezes, até falsos. Como essa situação já tem ocorrido em outras profissões da área da saúde, cabe ao CFF se precaver com relação à isso”, reforçou a docente.
Parceria
O que despertou um grande interesse dos presidentes de conselhos regionais foi a exposição da plataforma que irá oferecer conteúdos sobre medicamentos biossimilares para farmacêuticos. Fruto de uma parceria, de caráter técnico-científico, entre o CFF e a empresa Roche, o curso é composto por aulas online, que estarão disponíveis para acesso a partir de 1º de abril, e também aulas presenciais, por meio de parcerias com os CRFs. Muitos regionais solicitaram a parceria após terem conhecimento da plataforma.
Inclusão
Outro destaque foi a apresentação do projeto FarmaLibras, iniciativa da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf), de Petrolina (PE), para a criação do primeiro Vocabulário Farmacêutico Bilíngue (português/libras) do Brasil. A partir da Resolução nº 662/18, do CFF, a professora doutora Deuzilane Nunes, deu início a um cronograma para o desenvolvimento deste trabalho. Durante a plenária, ela reforçou a importância do apoio do CFF e solicitou a contribuição dos presentes, por meio da divulgação e da indicação de profissionais que atuem no atendimento à pessoa com deficiência.
Carteira profissional
Por sugestão dos CRFs PR, SP e SC, foi discutida a possibilidade de implantação da carteira de identidade profissional digital “E-farmacêutico”, em substituição da atual cédula, de acordo com a Lei nº 3.820/60. A proposta é desenvolver um aplicativo que ofereça acesso ao documento de forma digital e outras opções que sejam úteis para os profissionais cadastrados. A Comissão de Legislação (Coleg) vai iniciar um estudo para elaborar uma proposição e dar encaminhamento ao ponto de pauta.
Trabalho Farmacêutico
O presidente da Federação Nacional dos Farmacêuticos, Ronald Ferreira dos Santos, marcou presença na reunião geral com uma exposição sobre mercado, salário, jornada de trabalho e direitos dos farmacêuticos. Para ele, é essencial que a estrutura sindical e o sistema Conselho Federal e Regionais de Farmácia mantenham ações em comum. “Quem deu origem aos conselhos federais foram as estruturas sindicais. Portanto, o diálogo e o estabelecimento de respeito às regras é fundamental. Exercício profissional e trabalho se relacionam diretamente. E uma das atribuições dos Conselhos profissionais é, também, disciplinar o trabalho, além de fiscalizar”.
De acordo com o dirigente, uma das iniciativas mais importantes é conhecer profundamente o setor da saúde. “Essas intersecções entre os papéis da estrutura sindical e a estrutura disciplinar podem nos proporcionar um olhar mais amplo para os ambiente que têm necessidade do trabalho farmacêutico e ajudar a abrir espaços para os profissionais”.
Ao final da Reunião Geral, o presidente do CFF fez um balanço positivo. “Normalmente nossas reuniões gerais são muito produtivas. Essa não foi diferente. Recebemos sugestões de pautas muito boas de nossos regionais. Foi uma pauta extensa, mas nós conseguimos esgotar todos os itens. Vamos consolidar essas propostas e dar encaminhamentos com as comissões especializadas. A Reunião Geral tem sido cada vez melhor e demonstra a seriedade de nossos regionais ao abordar cada tema”, concluiu Walter Jorge João.
Esses e outros assuntos sobre o sitema CFF/CRFs e o universo da Farmácia, você pode ouvir na Rádio www.newsfarma.org.br.
Fonte: Comunicação do CFF