Frente à necessidade de educar o público infantil sobre o uso racional de medicamentos e estilo de vida saudável o Centro Brasileiro de Informação sobre Medicamentos, do Conselho Federal de Farmácia(Cebrim/CFF) está dando continuidade ao desenvolvimento do projeto ‘Educação em Saúde Pública na Pediatria’, também denominado Cacilda, saúde e Cia. O projeto foi idealizado em 2019 com o objetivo de elaborar conteúdos adaptados a partir da avaliação de um modelo específico de intervenções educativas, por meio da construção de estratégias para melhorar a comunicação do farmacêutico e trabalho com equipe multiprofissional voltada às crianças. O propósito é despertar o sentimento de cuidado e empatia, além de buscar favorecer a relação humanística entre profissional-paciente.
O projeto está sendo coordenado pela, Dra. Carolina Maria Xaubet Olivera, membro do Cebrim. “A ideia do projeto surgiu a partir do momento em que nós soubemos da história trágica de Breno, o menino que teve uma parada cardíaca ao ingerir uma sobredose acidental de medicamentos que pertenciam ao irmão mais velho”. Esse tipo de intercorrência evidencia a problemática do descuido dos pais quanto à vulnerabilidade dos filhos devido a inocência sobre o perigo e riscos da intoxicação medicamentosa.
Dra. Carolina Maria Xaubet Olivera
“A partir desta necessidade detectada decidimos adaptar o modelo de intervenções educativas para o uso racional de medicamentos previamente avaliado e com os resultados publicados para o público infantil. Além de adaptar o modelo também pretendemos educar as crianças sobre estilo de vida saudável, uso adequado e seguro de medicamentos, elaborar design de pulseira de alerta descrevendo as alergias a medicamentos, elaborar e publicar um guia para profissionais e uma cartilha educativa para as crianças e treinar acadêmicos de farmácia e farmacêuticos para implementação do modelo”, explica a farmacêutica.
No mês de junho o CFF promoveu chamamento público nos canais de comunicação do órgão aos interessados em colaborar voluntariamente no desenvolvimento de atividades do Projeto Educação em Saúde Pública na Pediatria durante o período de um ano. “Atualmente o projeto de educação em saúde na Pediatria foi registrado na plataforma Brasil de ensaios clínicos e encontra-se sob apreciação do comitê de ética em pesquisa, aguardamos aprovação para o início das atividades. A previsão de início é agosto deste ano. A conclusão e publicação dos resultados até no máximo dezembro de 2021”, pondera Carolina.
Ações educativas de intervenção direcionadas às crianças quanto ao uso de medicamentos carecem de ampliação. As respectivas implementações pretendem mudar hábitos culturais e assim concretizar efetivamente a promoção da saúde a população, conforme esclarece o também coordenador do projeto, o doutorando em Saúde Pública José Luís Miranda Maldonado. “O entendimento institucional do CFF a respeito de educação em saúde é que todos os farmacêuticos como profissionais da área da saúde devem praticar essa atividade de educação em saúde, na população que eles atendem, no município e bairro que eles estão situados, no local de trabalho onde se executam seus serviços. Também, é claro para nós que, a atividade de educação em saúde se praticada por equipe multiprofissional valoriza a capacidade e a atividade de cada um dos envolvidos. Considerando que o núcleo da sociedade está na família, somos muito conscientes de que o oferecimento da educação em saúde para crianças possibilita obter resultados, como mudanças na cultura”, pontua o farmacêutico.
José Luís Miranda Maldonado
A lista dos farmacêuticos e acadêmicos de Farmácia voluntários selecionados para participar do Projeto Educação em Saúde Pública em Pediatria já está disponível e foi divulgada. “Estamos muito contentes com o projeto porque as perspectivas que visualizamos a respeito são muito modificadoras de cultura e conduta a respeito de reconhecimento dos medicamentos e do o uso correto deles e todas as circunstâncias que envolvem a guarda e uso nos lares dos brasileiros”, afirma José Luís Miranda Maldonado.
A equipe é constituída por nove farmacêuticos, quatro acadêmicos de Farmácia, um cirurgião-dentista, um médico, uma médica veterinária e uma nutricionista. Ao todo são 17 integrantes, entre pessoal de apoio e de intervenção. Uma das exigências é que os membros da equipe de intervenção residam em Brasília para facilitar a disponibilidade e a resolução de possíveis imprevistos.
“É importante salientar que contamos com uma equipe especializada em linguagem infantil. As peças todas estão sendo adequadas para entendimento e multiplicação para quem é de direito”, explica José Luís Miranda Maldonado. Para alcançar os objetivos propostos foi criada uma personagem chamada Cacilda. “É uma palhacinha que representa o nosso público-alvo, a criança. Também criamos a Turma da Cacilda para representar os profissionais da saúde. Por isso o projeto também é conhecido como Cacilda Saúde e Companhia”, destaca Carolina.
Em breve, quando o piloto estiver pronto, a ação será multiplicada para todos os conselhos regionais, para farmacêuticos que tiverem interesse em realizar esse tipo de atividade. “É muito salutar e gratificante trabalhar com criança”, reforça José Luís Miranda Maldonado.
Para mais informações envie e-mail: turmadacacilda@cff.org.br
Fonte: CFF