Mais de 30 fiscais das regiões Norte e Nordeste participaram na última semana, quarta (19) e quinta-feira (20), em Brasília, do Encontro Regional de Fiscalização (EREF 2018).
A atividade é promovida pela Comissão de Fiscalização do Conselho Federal de Farmácia (Cofisc) e tem por objetivo capacitar profissionais que atuam na área em todo o País. A programação incluiu debates e palestras sobre aspectos jurídicos e técnicos de legislações em vigor e apresentações de profissionais que trabalham em novas áreas de atuação do farmacêutico como vacinação, consultório farmacêutico e saúde estética.
Para o coordenador da Cofisc, Valmir de Santi, é necessário preparar esses profissionais para que eles possam agir de forma eficiente. “Essas são as três mais novas áreas de atuação do farmacêutico em todo o País. Isso faz com que haja necessidade de os nossos colegas fiscais terem uma capacitação e entender um pouco como funciona esses serviços e como funciona a fiscalização lá dentro. Então, esse é um modelo interessante que mostra o que está acontecendo hoje com a categoria farmacêutica.
Na abertura do encontro, o presidente do CFF, Walter da Silva Jorge João, ressaltou a importância dessas novas frentes de trabalho, que surgiram a partir da Lei 13.021 de 2014, o que abriu o leque de possibilidades no campo dos serviços clínicos. “No meu entendimento, isso é extremamente necessário, pois se trata de uma profissão que ganha 18 mil novos farmacêuticos por ano e, se nós não começarmos a trabalhar firmemente agora para abrir novas fontes de trabalho para os colegas, fatalmente será uma profissão fadada ao sepultamento. Nossa profissão tem se fortalecido e crescido e, por isso, temos esse vasto campo de atuação para ela.”
A desinformação propagada na internet sobre a legislação vigente, sobre questões jurídicas e sobre ações do Conselho Federal também fizeram parte do debate no encontro. O coordenador do departamento jurídico do CFF, Gustavo Beraldo, esclareceu dúvidas dos fiscais e aconselhou farmacêuticos a checarem as notícias com os órgãos oficiais antes de replicar uma possível notícia desatualizada ou falsa – as chamadas fake News.
“O que tenho observado é que 95% do que chega pra mim é falacioso. E é até difícil porque, mesmo a gente esclarecendo, o lado de lá questiona porque de fato o fake news hoje tem uma força muita grande principalmente dentro dessas grandes redes. E é replicado por muita gente. E é aquela coisa: uma mentira repetidamente dita, se torna verdade”, alerta Gustavo Beraldo.
Cerca de 160 fiscais já passaram pela capacitação. Fiscais das regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste participaram do encontro, no mês de agosto, em São Paulo. Para Gilcilene El Chaer, presidente do Conselho Regional de Farmácia – órgão que sediou o evento do Norte e Nordeste – no Distrito Federal, esse tipo de ação fortalece o setor.
“A gente precisa muito de capacitação para os fiscais também porque a fiscalização não é uma tarefa fácil. Até o próprio profissional que está legalmente dentro da farmácia fazendo o seu trabalho, não gosta muito das visitas dos fiscais. Então, isso é um exercício que a gente precisa ter. E encontros como esses os fortalecem para que atendam melhor os nossos farmacêuticos e a população, que é o principal objetivo.”
Com as mudanças na área, a expectativa do CFF é que com os encontros os próprios fiscais possam auxiliar o conselho na condução e criação de novas fichas de fiscalização.
Fonte: Comunicação do CFF