Análise da prática de vacinação em farmácias comunitárias vira dissertação

Os serviços de vacinação providos por farmacêuticos em farmácias comunitárias foram abordados no trabalho de mestrado da farmacêutica paraense Clarisse Andrade Sales, no Programa de pós-graduação em Assistência Farmacêutica da Universidade Federal do Pará (UFPA). Sob a orientação do professor Dr. Luann Wendel, a escolha do tema teve como principal objetivo analisar o processo de gestão em saúde aplicado ao serviço de vacinação oferecido por farmacêuticos em diversos municípios. “Sendo assim, levantamos se existe procura, nas farmácias, por vacinas e/ou se essa procura tem aumentado”, explicou Clarisse Sales.

O estudo foi realizado em uma rede de farmácia comunitária que possui 400 estabelecimentos espalhados em vários locais do Brasil. A farmacêutica, que é do município de Castanhal (PA), constatou que, do ano de 2020 para 2021, houve um crescimento no quantitativo de vacinas aplicadas por farmacêuticos no número de Estados incluídos na realização do serviço e aumentou, ainda, os serviços ofertados pelas farmácias. “No ano de 2020, foram aplicados 419 doses de vacinas nesta rede. Apenas três estabelecimentos no Brasil realizavam o serviço, com um total de seis farmacêuticos aptos a vacinar. Em 2021, foram 2562 aplicações, o número de farmácias que ofereciam o serviço passou para 18 e, em média, a rede contava com 30 farmacêuticos capacitados e atuando na execução do serviço de vacina”, detalha.

Segundo Clarisse, o aumento tão significativo pela procura pela vacina nas farmácias comunitárias pode ser atribuído, principalmente, pela quantidade maior de profissionais qualificados a oferecer o serviço neste período. Além disso, em trabalho publicado por ela e seu coordenador, em conjunto com outros farmacêuticos, na Revista Eletrônica Acervo Saúde: eles creditam o marco dessa trajetória de abertura definitiva do mercado de vacinação ao farmacêutico e das resoluções editadas pelo Conselho Federal de Farmácia (CFF). “Ademais, as resoluções 585 e 586 de 2013 do CFF, que tratam sobre as atividades clínicas e prescrição farmacêutica, respectivamente, fortalecem o embasamento legal e técnico-científico das atribuições do profissional nesta prática do cuidado. Fazendo com que este possua competência técnica e legal para o exercício deste e outros serviços”, relata no texto.

Esses resultados foram publicados na Revista Eletronica Acervo Saúde – Qualis B1 de acordo com a Capes, intitulado: Analysis of vaccination practice in community pharmacies: a cross- section study from Brazil. Além dessa publicação, Clarisse produziu um produto que servirá como subsídio para que novos farmacêuticos, nas suas respectivas farmácias, façam a implementação, de acordo com a legislação vigente, do serviço nesses estabelecimentos. O documento foi intitulado como: Desenvolvimento de um roteiro de inspeção sanitária para sala de serviços de vacinação em farmácias e drogarias, publicado como capítulo do livro de Ciências da Saúde: pesquisa e práticas multidisciplinar: Volume 1, da editora e-Publicar.

O orientador do estudo, Luann Wandel, afirma que um dos objetivos da sua linha de pesquisa, e de outros alunos que participam, é mostrar à população em geral que as farmácias, por serem estabelecimentos de saúde, detêm de serviços, procedimentos e profissionais farmacêuticos aptos para a prática do cuidado, provendo, dessa forma, saúde e bem estar aos que as procuram.

Fonte: Comunicação CFF