A notificação de um evento adverso, ou seja, a comunicação à Anvisa de uma suspeita, mesmo que não confirmada, de um problema associado a medicamento ou vacina torna possível identificar novos riscos e atualizar o perfil de segurança do produto. Estamos falando, portanto, de um ato que pode preservar a saúde de milhares de pessoas. Daí sua importância.
Para notificar, não precisa ser profissional de saúde. Qualquer cidadão pode realizar a notificação por meio de um sistema eletrônico específico para essa finalidade: o VigiMed. Lançado em dezembro de 2018, ele substituiu o sistema anterior, o Notivisa, nos casos de eventos adversos relacionados ao uso de medicamentos e vacinas.
A adoção do VigiMed pela Anvisa foi resultado de uma parceria com o Centro de Monitoramento de Uppsala (Uppsala Monitoring Centre – UMC), localizado na Suécia. Desde 1978, O UMC é responsável pela operacionalização do Programa Internacional de Monitoramento de Medicamentos (PIMM) da Organização Mundial da Saúde, a OMS, e dá suporte ao desenvolvimento de sistemas de farmacovigilância em diversos países associados ao programa.
O VigiMed é intuitivo, tem navegação rápida e oferece orientações sobre o preenchimento dos campos obrigatórios. Além disso, a transmissão das notificações está harmonizada internacionalmente. Em outras palavras: as informações do Brasil podem fazer parte do banco de dados da OMS e ganhar escala global.
Facilidade
Desde a implantação do novo sistema, houve um crescimento do número de notificações realizadas pelos cidadãos. Esse aumento está associado à divulgação do VigiMed e à facilidade em notificar, com menos campos obrigatórios a preencher.
Para se ter uma ideia dessa importante conquista, as notificações recebidas diretamente pela Anvisa passaram de 64,7 por milhão de habitantes, em 2018, para 120,7 por milhão de habitantes, em 2020. Quanto mais relatos forem registrados por cidadãos, profissionais de saúde e outros segmentos, melhor. Essas ações, além de fortalecerem o Sistema Nacional de Vigilância Sanitária (SNVS) e darem robustez à farmacovigilância, melhoram a segurança dos medicamentos comercializados no país, contribuindo para a saúde da população.
É importante observar que a qualidade dos dados inseridos no VigiMed é fundamental para subsidiar a análise pelas equipes técnicas especializadas da Anvisa. Para isso, o cidadão deve identificar o produto e informar o fabricante e o número do lote. Não é preciso ter certeza de que o medicamento é a causa da reação. A suspeita já é suficiente. A ideia é manter o monitoramento de modo a garantir que os benefícios do uso de medicamentos e vacinas sejam maiores que os riscos por eles causados.
Fonte: Anvisa