Sistema Inteligente visa auxiliar o farmacêutico clínico durante a avaliação da prescrição no ambiente hospitalar

25 de agosto de 2020

Um sistema inteligente desenvolvido no Rio Grande do Sul tem como objetivo auxiliar o farmacêutico clínico durante a avaliação da prescrição no ambiente hospitalar. A ferramenta NoHarm.ai cria uma barreira para evitar que o dano de um erro de prescrição chegue ao paciente, gerando, então, maior segurança. Com ela, é possível priorizar as prescrições com maior risco de erro.

Criada pela farmacêutica Ana Helena Ulbrich, diretora do Instituto de Inteligência Artificial na Saúde, a ferramenta teve o nome inspirado no desafio global da Organização Mundial da Saúde (OMS) que se chama Medication Without Harm. “A ferramenta traz diversos alertas, como duplicidades, interações medicamentosas, incompatibilidade em Y, alergias, reatividade cruzadas, entre outros, qualificando a avaliação do farmacêutico e diminuindo o tempo despendido para essa tarefa por integrar as informações em um único sistema”, explica Ana Helena.

O sistema partiu de uma pesquisa acadêmica dentro do doutorado de Henrique Dias (irmão de Ana Helena) na área da Ciência da Computação, com o uso de dados do Hospital Nossa Senhora da Conceição, RS. Após processados os dados, foi criado um algoritmo capaz de detectar potenciais erros de prescrição. “A Inteligência Artificial gera um escore de acordo com a densidade e a distância entre os pontos de dose x frequência mais comumente prescritos para cada medicamento, sendo 0 (zero) os mais comuns (os pontos mais densos) e 3 (três) os mais incomuns (menos densos)”, detalha Henrique.

O trabalho foi validado, através da avaliação da acurácia, quando analisado o acerto do algoritmo avaliando overdose e subdose pré-definidas. O estudo então foi publicado em uma das mais renomadas revistas de informática na saúde do mundo (Journal of BiomedicalHealth Informatics). Além disso, o projeto foi destaque no Prêmio de Empreenda Saúde promovido pelo Hospital Sírio-Libanês e Fundação Everis e receberam o prêmio Latin America Research Awards do Google, entre as melhores pesquisas acadêmicas ligadas à tecnologia da América Latina, nos anos 2018 e 2019. Para que esse trabalho não ficasse apenas na pesquisa, os irmãos criaram uma ferramenta como suporte para o farmacêutico clínico hospitalar utilizando este algoritmo. Ana Helena acredita que, para que melhorias sejam desenvolvidas nos processos e na assistência ao paciente, é fundamental que haja uma parceria muito forte com os profissionais da tecnologia da informação.

“Como esse projeto foi evoluindo e várias ideias surgindo, achamos importante a criação do Instituto de Inteligência Artificial na Saúde para centralizar toda essa missão que tínhamos em mente: melhorar o sistema de saúde do Brasil através da tecnologia, ensino e pesquisa com foco no aumento da Segurança do Paciente e Eficiência Hospitalar”, explica Henrique, presidente do Instituto. A entidade foi criada como uma startup sem fins lucrativos, de conhecimento aberto, que desenvolve tecnologia escalável para a saúde. “Um dos propósitos do instituto é converter o seu lucro em implantação de melhorias no SUS de forma gratuita. O nosso foco é entregar esse valor para pessoas que potencialmente não teriam acesso, criando uma tecnologia inclusiva”, complementa Ana Helena.

O sistema foi implantado inicialmente na Santa Casa de Misericórdia e no Hospital Mãe de Deus, de Porto Alegre/RS, onde ele está sendo aperfeiçoado. Uma equipe de voluntários do Instituto colabora com o desenvolvimento da ferramenta, contando com mais duas farmacêuticas, um médico, profissionais da tecnologia da informação e um engenheiro de produção. A equipe tem feito demonstrações em hospitais de todo Brasil, como em Minas Gerais, Amazonas, Sergipe, Paraná, São Paulo, Rio Grande do Sul. Eles também estão em contato com farmacêuticos da Austrália e China para entender as diferentes abordagens da farmácia clínica internacionalmente.

NoHarm.ai tem apresentado bons resultados: aumento significativo de avaliações, com o mesmo número de farmacêuticas, e aumento também significativo da aceitação das intervenções realizadas. “Isso demonstra maior assertividade e maior impacto na vida do paciente, que é o nosso maior propósito. Já estamos escrevendo o artigo com os resultados junto com as farmacêuticas do Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre”, complementa Ana Helena.

Para saber mais sobre esta solução inteligente para farmácia clínica, sobre funcionalidades e seus criadores, acesse NoHarm.ai

 

Fonte: Comunicação do CFF

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