Farmacêutica piauiense participa de estudo sobre plantas medicinais mais utilizadas no Pará

07 de fevereiro de 2022

Um grupo de farmacêuticos pesquisadores, ligados a diversas instituições de ensino brasileiras, realizou um estudo etnofarmacológico das plantas medicinais mais utilizadas pela população do Pará. A pesquisa bibliográfica apontou que as seis espécies mais citadas em estudos etnobotânicos são também as mais utilizadas pela população daquele estado. O Boldo, a Arruda e o Hortelã estão no topo das plantas medicinais mais utilizadas, seguidas pelo Capim cidreira, Copaíba, Andiroba e Arruda.

O estudo apontou a importância terapêutica dessas plantas medicinais para o tratamento de doenças naquela região e os resultados foram publicados, em janeiro, no Brazilian Journal of Development. O artigo apresenta um quadro com a família, os nomes usuais e científicos e as atividades farmacológica de cada uma das seis espécies mais utilizadas na medicina tradicional no Pará.

Os dados foram obtidos por meio de pesquisa qualitativa, no período de 2014 e 2019, nas plataformas BVS (Biblioteca Virtual da Saúde) e SCIELO (Scientific Eletronic Library Online). As palavras chaves utilizadas foram os nomes científicos de cada espécie selecionada, assim como os termos fitoterápicos, plantas medicinais, Pará, atividades farmacológicas e medicina tradicional.

Farmacêutica Sâmia Andrade, uma das autoras do estudo
 

De acordo com uma das autoras do estudo, a farmacêutica Sâmia Moreira de Andrade, do Centro Universitário Santo Agostinho (PI), os fitoterápicos analisados são usados por cerca de 16% da população no tratamento de infecções, 20% dos paraenses utilizam para inflamações no sistema digestivo, 12% para tratamento de sintomas da gripe e problemas relacionados ao sistema respiratório. “A pesquisa constatou que essas plantas apresentam atividades farmacológicas de grande relevância para a comunidade e atuam efetivamente para melhoria da saúde da população, contribuindo com a atenção primária em saúde”.

O conselheiro federal de Farmácia pelo Pará e presidente do CFF, Walter Jorge João, sublinhou a importância da pesquisa, já que seu estado apresenta rica biodiversidade e muitas vezes essas plantas representam a única alternativa de tratamento para muitas comunidades. “Por ser esse conhecimento popular e tradicional tão necessário à nossa sociedade e uma importante área de atuação do farmacêutico, nós regulamentamos, em 2007, as atribuições do farmacêutico no âmbito das plantas medicinais e fitoterápicos, por meio da Resolução CFF nº 459”.

De acordo com organização Mundial da Saúde (OMS), 80% dos países desenvolvidos, dependem da medicina tradicional para as suas necessidades básicas, cerca de 85% da medicina tradicional envolvem uso de plantas medicinais.

Também assinam o artigo, os farmacêuticos graduados Mitiana Farias Amorim, Welles Luiz dos Santos Almeida, Jailson Carmo de Sousa e Manoel da Rocha Oliveira Júnior (Faculdade Maurício de Nassau – PI), Juliete Machado Aguiar Bandeira (Faculdade Estácio de Sá – PI), o mestre e membro do Centro de Informações Farmacêuticas, Pesquisa e Ensino de Farmácia da Universidade Federal de Goiás (UFG), Rodrigo Luís Taminato, e o Doutor em Agentes Infecciosos e Parasitários pela Universidade Federal do Pará, Evaldo Hipólito de Oliveira.

 

Fonte: Comunicação do CFF
Autor: Murilo Caldas

PUBLICIDADE
© 2013, Todos os Direitos Reservados - Conselho Regional de Farmácia - Piauí - Brasil
Conselho Regional de Farmácia do Piauí
Rua Professor Nódgi Nogueira, n° 4193
Bairro Ininga. CEP: 64.048-465
Tel.: 86 3222-8480