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Acadêmico de farmácia tem estudo sobre conhecimento interações alimento-medicamento publicado em revista científica

25 de fevereiro de 2021

O farmacêutico Wanderley do Nascimento Júnior realizou uma pesquisa com farmacêuticos teresinenses para avaliar o conhecimento dos profissionais sobre interações alimento-medicamento. O estudo, realizado quando Wanderley estava concluindo o curso, virou uma artigo científico e foi publicado pela Revista de Casos e Consultorias da UFRN (Qualis Unificado B1), em dezembro de 2020.

Wanderley do Nascimento Júnior, autor do artigo.

Wanderley explica que o artigo, intitulado “Conhecimento e conscientização de farmacêuticos comunitários do estado do Piauí sobre interações alimento-medicamento”, trata-se de um estudo transversal, com dados colhidos através da aplicação de um formulário anônimo autoadministrado, no período de outubro de 2019 a fevereiro de 2020, envolvendo 145 farmacêuticos atuantes em farmácias e drogarias comunitárias da cidade de Teresina.

Dentre os profissionais pesquisados, 60,7% (n=88) eram do sexo feminino e 39,3% (n=57) masculino, com prevalência de farmacêuticos com idade entre 26 a 30 anos (41,4%; n=60), com escore mediano (IIQ) de idade geral de 28 (26-33). O nível de formação mais presente entre os participantes foi à graduação 71,7% (n=104), seguido da pós-graduação 16,6%(n=24) e mestrado 4,1% (n=6). Quanto ao estado de formação, 94,5% (n=137) dos profissionais eram do estado do Piauí e 5,5% (n=8) oriundos de outros estados.

Em relação ao tempo de atuação, a maioria dos participantes apresentava tempo de experiência entre 1 a 5 anos representando 74,5% (n=108), mediana (IIQ) de 3 (2-4) anos.

Pelo estudo, a conscientização dos farmacêuticos mostrou-se satisfatória, uma vez que a maioria (98,6%; n=143) afirmou ter conhecimento prévio sobre o tema, bem como acreditava na importância de possuir conhecimento sobre o tema e prestar orientação ao paciente. Além disso, 85,5% (n=124) afirmou realizar assistência ao paciente. Dos 85,5% que afirmaram realizar assistência ao paciente, apenas 35,9% (n=52) não informaram a existência de empecilhos para a realização dessa prática.

Dentre as dificuldades mencionadas por 64,1% (n=93), 30,1% foram relacionadas ao próprio paciente, por esse nem sempre possuir interesse em ouvir as orientações ou não possuir tempo, preferindo um atendimento rápido; 26,9% informaram que as diversas funções do profissional farmacêutico nas farmácias e drogarias demandam muito tempo e dificultam na realização da orientação, pois uma orientação adequada requer tempo com o paciente; 24,7% relataram a falta de conhecimento como o principal empecilho e 18,3% preferiram não informar.

No tocante ao conhecimento, 45,5% (n=66) dos farmacêuticos afirmaram ter conhecimento suficiente para reconhecer as interações, 44,8% (n=65) informaram estar inseguros e 9,7% (n=14) responderam negativamente. No entanto, os participantes pontuaram um escore de conhecimento geral de 8,95 de uma nota máxima de 16,correspondendo a 55,9%, que segundo nossas análises foi tido como um conhecimento fraco.

Nas seções analisadas, as pontuações mais altas de conhecimento foram para interações álcool-drogas (93,0%), seguidas das interações comuns entre alimentos e medicamentos (57,5%) e do tempo de ingestão de drogas com alimentos (38,2%). Os dados foram consistentes com estudos anteriores que demonstraram baixo conhecimento sobre IAMs entre farmacêuticos, revelando maior dificuldade destes profissionais em identificar o tempo adequado da ingestão de determinados medicamentos em relação às refeições, assim como, apoiam a necessidade de treinamentos e cursos educacionais para farmacêuticos sobre interações medicamentosas, sobretudo, associadas a alimentos e medicamentos.

O acadêmico destaca que é notório que, nos últimos anos, a população têm se mostrado cada vez mais preocupada com a saúde e longevidade, aumentando o consumo de alimentos ricos em compostos bioativos que interagem facilmente com a medicação. “É importante que nós farmacêuticos expandamos nossos conhecimentos sobre essas interações, não focando somente em interações do tipo medicamento-medicamento”.
O estudo teve a orientação do Dr. Raimundo Nonato Cardoso Miranda Júnior.
Fonte: CRF-PI
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