Farmacêuticos estão no grupo prioritário para vacinação

26 de janeiro de 2021

A semana começou com a esperança em todo o país com o início da vacinação contra a Covid-19 em alguns estados. Os farmacêuticos estão no grupo prioritário dos trabalhadores da saúde para a vacinação. O Conselho Federal de Farmácia (CFF) trabalhou muito pela inclusão e conseguiu isso do Ministério da Saúde, formalmente. Eles estão listados no grupo de trabalhadores da saúde no Plano Nacional de Operacionalização da Vacinação e já há farmacêuticos sendo vacinados, mas são aqueles envolvidos no cuidado direto aos doentes. Isso, porque as doses disponibilizadas pelo governo inicialmente são suficientes para imunizar apenas 2,85 milhões de pessoas, calculando os 5% de perda inerente processo de vacinação.

O governo adquiriu 8 milhões de doses de vacinas anticovídicas, mas apenas 6 milhões estão disponíveis, e o imunizante requer duas doses por pessoa, o que significa que a quantia equivale à metade. “Enquanto isso, o grupo prioritário estabelecido, soma 15 milhões de pessoas”, explicou em entrevista à Rádio News Farma, a ex-coordenadora do Programa Nacional de Imunizações, a epidemiologista Carla Domingues. A situação se tornar um pouco melhor nos próximos dias. Mais 4,8 milhões de doses produzidas pelo Instituto Butantan podem ter o uso liberado nesta sexta-feira, 22/01, segundo a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Carla Domingues se preocupa com a escassez das vacinas. “Significa que se não houver uma organização desse processo, essa vacina poderá ser pulverizada e não vamos ver impacto nisso”, comenta. Para ela, ninguém tem dúvida da importância de que se deve vacinar quem está na UTI, quem trabalha na imunização e em emergência. “Depois se deve pensar na vacinação de quem está nos asilos e nos trabalhadores dessas instituições de longa duração. E, a partir do momento da chegada de mais vacinas, definir outros grupos, como quem trabalha em laboratórios, atendimento clínico hospitalar, Corpo de Bombeiros, SAMU e atenção primária; até chegar aos demais trabalhadores da saúde”, sugere.

Para a epidemiologista, neste momento é necessário um plano de comunicação voltado para os gestores de saúde e a população para evitar tumultos e aglomeração nos postos de saúde. “O que tivemos nesse momento foi simplesmente um ato simbólico mostrando que a campanha de vacinação começou em todo o País. Mas isso pode dar uma falsa impressão de que as pessoas incluídas nos grupos prioritários já possam ir aos postos de saúde. Por exemplo, as pessoas acima de 80 anos, podem pensar que já podem procurar os serviços de saúde e chegar lá e não encontrar a vacina. Então é preciso evitar esse desencontro, a sobrecarga no serviço de saúde e aglomerações em busca de uma vacina que ainda não está disponível para a população.”

O presidente do Conselho Federal de Farmácia (CFF), Walter da Silva Jorge João, lembrou que a entidade trabalhou muito pela inclusão dos farmacêuticos no grupo prioritário e conseguiu isso do Ministério da Saúde, formalmente. Ele observa que já há farmacêuticos sendo vacinados, mas nos hospitais e em unidades de saúde envolvidas no cuidado direto aos doentes. Porém, diante da situação atual, muitos profissionais da saúde e não apenas farmacêuticos, ainda vão ter de aguardar. Ele explica que, diante do quadro de escassez de doses da vacina, as Secretarias Municipais de Saúde estão sendo obrigadas a definir prioridades dentro do grupo prioritário.

“Sabemos que é angustiante estar nas farmácias atendendo pacientes com diagnóstico e também casos suspeitos e assintomáticos, por força do dever, para não abandonar a população! Ainda que a corrida pela vacina seja global e a produção atual seja insuficiente para suprir toda a necessidade do planeta, ainda mais no caso do Brasil, com repetidos atrasos na compra, estaremos vigilantes, exigindo que a imunização contemple indistintamente as profissões da saúde. ”

Fonte: Comunicação do CFF

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